IV Fórum Nacional do Comércio – Uma tarde voltada para o futuro que já é presente

A cultura digital, o ecossistema das satartups e o futuro do varejo foram os temas debatidos na tarde dessa quarta-feira (18) durante o IV Fórum Nacional do Comércio. O evento que reúne empresários, políticos e lideranças do Sistema CNDL contou com as palestras de especialista do mercado, com o CEO da startup Pegaki, João Cristofolini, o executivo líder da área de Soluções de Indústria para os mercados de Varejo e Bens de Consumo da IBM Brasil, Ênio Garbin e o diretor de criação da Publicis Brasil, Damuel Normando.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo (ABIESV), Marcos Andrade, abriu as discussões com a apresentação da palestra “Visual merchandising e a experiência do consumo”. Segundo Andrade, ao contrário do que se pensa, a loja física ainda é muito importante para o cliente. “Os clientes estão dispostos a usar tecnologia, mas seguem inspiradas pelos espaços criados pelos lojistas”, diz. “85% das vendas ainda tem origem nas vitrines”, diz Marcos.

João Cristofolini levou aos participantes dicas importantes sobre o empreendedorismo. Ele mesmo, um empreendedor de sucesso que começou a se interessar pelo assunto aos 13 anos. Sua primeira lição: “Não é preciso ser o mais inteligente e capacitado para empreender. O importante é se cercar de pessoas melhores que você”. E isso, diz João, inclui leitura de autores consagrados.

João diz que empreender é resolver problemas. “Geralmente, os negócios surgem a partir de um incômodo, quando temos a insatisfação. Podemos usar o incômodo para reclamar, então para ele virar um combustível para novos desafios”, ensina.

E se você já tem o seu negócio, não relaxe. Para Cristofollini, o empreendedor tem que matar e recriar seu empreendimento todo o tempo. “Se você não destruir seu próprio negócio, seu concorrente o fará por você”.

No painel Encontro de Gerações, um dos fundadores da loja Zaitt, Rodrigo Miranda, e a vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo Sabin, Janete Vaz, falaram sobre empreendedorismo jovem. Janete contou sua história e explicou os caminhos que a levaram a ser uma empresária de sucesso no ramo de laboratórios. E Rodrigo falou dos caminhos para a criação da Zaitt, uma das poucas empresas do varejo do Brasil considerada inovadora.

Janete disse que espírito do empreendedor não muda ao longo dos anos. “A inovação está no DNA do Sabin desde o seu início. Estamos vivendo um mundo novo, mas os princípios de liderança e inovação sempre estiveram presentes no nosso negócio”.

Rodrigo concordou e falou da importância de saber dividir o negócio com os sócios e líderes da empresa. “Isso é necessário. Passar o dia juntos, conhecer os sócios e parceiros ajudam na tomada de decisões. Isso é fundamental para um empreendimento inovador”.

Para falar sobre os desafios do varejo no atual cenário nacional o evento convidou o diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick. Bruno elogiou o movimento de lojistas que agora cresce, mostra a sua cara e cobra a aplicação da sua agenda. Para o técnico, a evolução do movimento varejista foi fundamental, por exemplo, para avanços como a reforma trabalhista.

Bruno diz que, hoje, o Brasil começa a ter um tecido empresarial semelhante ao dos EUA. São 16 milhões de empresas pequenas e médias que agora devem se organizar para apresentar suas demandas. “Chegou a hora de criar condições para que essas empresas cresçam”, disse. Para isso, Bruno diz que ações como as realizadas em conjunto com entre CNDL e Sebrae têm sido fundamentais para avançar com agenda do setor.

Tecnologia
O executivo líder da área de Soluções de Indústria para os mercados de Varejo e Bens de Consumo da IBM, Ênio Garbin, levou ao Fórum a atuação da empresa para o setor varejista, um mercado que está conectado diretamente com o consumidor, um público que agora tem o poder em suas mãos e está em busca de experiências novas.

Segundo Garbin, tecnologias que pareciam do futuro já estão no cotidiano de bilhões de pessoas. “A inteligência artificial, por exemplo, já é uma realidade e já está entregando resultados”.  O técnico da IBM apresentou exemplos de lojas com ambiente totalmente digitalizados, sem caixas, sem utilização de dinheiro ou cartões. “As lojas vão ter que mudar, porque os seres humanos estão mudando”.

Já o dataminer da Distrito, Daniel Quandt, abriu o Ecossistema de startups no Brasil, uma pesquisa que ele desenvolveu mapeando as empresas inovadoras do Brasil. “O mercado de startups de varejo no Brasil ainda são muito poucas e não temos grandes tentativas de ruptura nesse negócio”, diz.

No entanto, Daniel apresentou startups que atendem às necessidades de pequenas e médias empresas que, em sua opinião, é uma boa solução para quem não tem condições de desenvolver inovações.  Gestão financeira, financiamentos, crédito, cobranças e pagamentos. “Para cada dor do varejista é possível encontrar startup”, disse.

Já Samuel Normando, diretor de criação da Publicis Brasil, falou do poder da criatividade nos negócios. Ele apresentou cases em que a história do produto serve como atrativo para o cliente. “Uma história bem contada, relevante, tem o poder de mobilizar. Uma história relevante pode reescrever a sua história”, disse, se referindo à construção de uma marca.

Foi o encerramento perfeito para as apresentações da tarde, que trataram de mudança, transformação, reinvenção. Acreditar no poder da criatividade foi a mensagem final de Samuel.

Fonte: https://site.cndl.org.br/iv-forum-nacional-do-comercio-uma-tarde-voltada-para-o-futuro-que-ja-e-presente/

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