Um terço dos brasileiros quer investir e guardar dinheiro em 2022

Pesquisa EXAME/IDEIA mostra que brasileiros almejam investir em 2022, mas desemprego e inflação ainda impactam no otimismo da economia

É cada vez maior o número de brasileiros que gostariam de investir e criar uma reserva financeira. A mais recente pesquisa EXAME/IDEIA mostra que 33% pretendem guardar dinheiro e fazer investimentos em 2022. A compra de um imóvel no próximo ano está nos planos de 20% dos entrevistados, e 13% querem viajar.

Os dados são da pesquisa exclusiva EXAME/IDEIA, projeto que une a EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Foram ouvidas 1.200 pessoas entre os dias 29 de novembro e 2 de dezembro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

No mês de outubro, a B3, a bolsa do Brasil, atingiu a marca histórica de 4 milhões de contas físicas em renda variável. Em 2018, este número não chegava a 1 milhão de contas. De acordo com análise feita pela B3, a maior parte dos novos investidores (48%) têm entre 25 e 39 anos. Logo depois vem a faixa etária de 19 a 24 anos, representando 24% dos investidores.

A pesquisa EXAME/IDEIA mostra que a intenção em investir é maior na faixa etária de 35 a 44 anos, com 40%. Em relação à classe social, as pessoas com renda entre três e cinco salários mínimos são as que mais querem aplicar o dinheiro (36%). Já para 29% dos que ganham até um salário mínimo, a casa própria é o sonho para o próximo ano.

 

“Os níveis de renda e de escolaridade mais baixas são os que mais sonham em adquirir imóveis em 2022. Para esse público, a casa própria sempre ocupou espaço importante nas mentes e corações. Habitação estável significa menos ansiedade e capacidade de oferecer o básico para toda a família. Em um contexto de inflação e desemprego, essa conquista fica mais distante e portanto mais desejada”, explica Maurício Moura, fundador do IDEIA e professor na Universidade George Washington, nos Estados Unidos.

 

Maurício Moura enfatiza que de maneira geral a perspectiva da opinião pública para 2022 é bastante pessimista. “Isso é um claro reflexo das incertezas que os brasileiros e brasileiras têm encontrado na atual rotina. A pesquisa mostra o peso da economia nesse contexto de imprevisibilidade. Equacionar temas como inflação, renda e emprego será crítico para retomar o otimismo e diminuir a ansiedade”, afirma.

Para 26% dos entrevistados, a sensação de que a economia brasileira está melhor só será percebida quando amigos, parentes ou conhecidos conseguirem um emprego. Já 25% acham que a abertura de novos estabelecimentos comerciais vai sinalizar uma retomada econômica.

“A pesquisa mostra claramente que a sinalização mais concreta de retomada econômica é o grau de empregabilidade pessoal e do entorno. O efeito positivo que a conquista de um emprego de alguém próximo é o que tradicionalmente sustenta a confiança na economia e que impulsiona consumo e até mesmo pequenos investimentos”, diz Moura.

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