PÁSCOA DE 2019 DEVE TER AUMENTO DE VENDAS, PREVÊ ENTIDADE DO SETOR

Otimismo vem embalado pelo aumento na produção no ano anterior e cenário econômico favorável. Páscoa é em 21 de abril.

Faltando pouco menos de dois meses para a Páscoa, que neste ano é no dia 21 de abril, a entidade que representa que o setor projeta aumento de vendas na Páscoa deste ano, embalado pelo crescimento da produção e vendas do ano passado e pela melhora no cenário econômico.

“Estamos confiantes. O mercado de chocolate volta a ganhar penetração nos lares brasileiros com maior consumo de ovos de Páscoa e de produtos regulares. A indústria tem amplo portfólio que agrada a todos os perfis dos brasileiros”, diz Ubiracy Fonseca, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab).

Ubiracy Fonseca informa que em 2018 foram produzidas mais de 11 mil toneladas de ovos e produtos de Páscoa, número 26% maior que o registrado no ano anterior. “O setor de chocolate está otimista para 2019 com a produção para a Páscoa a todo vapor”, diz. A entidade ainda não tem os números da produção para a Páscoa deste ano porque as empresas ainda estão fabricando os produtos.

Segundo ele, esse crescimento de um ano para o outro se deve ao aumento das vendas com a melhora do cenário econômico. “A situação era pior em 2017. No ano passado a inflação estava controlada, o PIB voltou a crescer, a situação era menos complicada”, diz. Para este ano, Fonseca acha que haverá aumento de vendas pelo fato de o cenário de forma geral no país estar mais favorável.

Fonseca considera que a Páscoa é uma época de muita tradição no Brasil e, com a conjuntura econômica favorável e a melhor condição de emprego, o consumo acontece naturalmente. “Estou otimista em relação à Páscoa de 2019 também por causa do aumento das vendas de panetone no Natal. As fabricantes ficaram satisfeitas porque houve um aumento significativo em relação ao ano anterior”.

Fabricantes cancelam salão com lançamentos

O tradicional salão de Páscoa, que reunia as cerca de 10 fabricantesassociadas à Abicab para apresentar aos veículos de comunicação os principais lançamentos, não ocorreu este ano. Questionado sobre o motivo, Fonseca justificou que as empresas escolheram mudar o formato de divulgação dos produtos como uma “decisão estratégica”. Isso não quer dizer que a mesma decisão seja tomada no ano que vem, segundo o presidente da Abicab.

No entanto, Fonseca prevê que haverá uma variedade grande de formatos, embalagens, cores e tamanhos. “Nossos associados estão ativamente analisando e diversificando o mercado e vendo o que o consumidor quer. As empresas sempre inovam porque o mercado é muito dinâmico. Com certeza terá uma variedade imensa de brindes e formatos como todo ano acontece e o consumidor poderá ter sua melhor opção de compra”, comenta.

No ano passado, houve maior diversificação de produtos, com as fabricantes misturando novos produtos com os tradicionais, e preocupação em oferecer opções que coubessem no bolso de quem não tinha dinheiro sobrando para comprar ovos caros.

O número de lançamentos na Páscoa não foi divulgado pela Abicab, que recomendou falar com cada fabricante. No ano passado, foram 130, volume ligeiramente maior que os 120 de 2017, porém bem menor que o de 2016, quando foram 147 lançamentos.

Preços

Questionado sobre a política de preços, Fonseca afirma que cada empresa tem sua estratégia comercial. “Elas vão procurar aplicar o preço mais justo possível devido ao cenário econômico”, diz.

No ano passado, os preços variaram de R$ 1,20 a R$ 1.100.

Segundo ele, as fabricantes levam em conta a concorrência, custos com matérias-primas e a variação do dólar. “Mas os preços não serão fora da realidade porque isso afeta a demanda. A concorrência é muito grande”, afirma.

O presidente da Abicab lembra que as grandes redes varejistas têm políticas de preços diferentes uma da outra e levam em conta as diferenças regionais. “Há uma variação disso. A indústria não tem controle sobre isso. Elas têm a sua estratégia comercial, são autônomas e independentes para fazer isso”.

Número de empregos cai

Segundo a Abicab, para atender à demanda de Páscoa deste ano, as indústrias e o varejo geraram mais de 18 mil vagas de empregos temporários, tanto em fábrica quanto em pontos de venda.

O número é quase 22% menor que as 23 mil vagas temporárias geradas para a Páscoa do ano passado. O número de postos vem caindo ano a ano. Em 2017 e 2016 foram abertas 25 mil e 29 mil vagas, respectivamente. Esses profissionais geralmente trabalham no período que vai de setembro até a Páscoa, que, dependendo do ano, é em março ou abril.

Segundo Fonseca, a diminuição de vagas em relação a 2018 se deve ao fato de as empresas optarem por diminuir o número de promotores nos pontos de venda para dar mais liberdade aos consumidores. “A presença dos promotores de venda não era tão saudável e tirava a liberdade do consumidor que queria olhar por conta própria”, diz.

Esses promotores começam a trabalhar logo depois do carnaval, que é quando começam as vendas de ovos de Páscoa.

Outro fator que levou à queda no número foi a opção das empresas de aproveitar a mão de obra própria na fabricação dos ovos em vez de contratar temporários.

Como a produção de ovos é sazonal, e as empresas começam a produção entre agosto e outubro, muitas optaram por começar a produzir algumas semanas antes, utilizando a mão de obra existente. E os temporários acabam entrando mais tarde, quando aumenta a produção, por volta de novembro.

“Quando a Páscoa é no começo de março, as empresas têm menos tempo para produzir. Neste ano, a produção é por mais tempo porque a Páscoa é em abril, e há um tempo maior para produzir para a Páscoa, e menor necessidade de contratar mão de obra terceirizada porque é possível aproveitar a mão de obra existente”, explica Fonseca.

Setor de chocolate cresce

O setor de chocolate também está em expansão. Segundo Fonseca, foram produzidas, em 2018, 671 mil toneladas – aumento de 6,5% em relação a 2017, quando foram 630 mil. Esses números incluem os achocolatados em pó. Sem esse produto, são 459 mil toneladas, crescimento de 13,4% em relação a 2017, quando foram 404 mil.

“O setor está voltando a crescer de fato, é o segundo ano de crescimento real, mas temos ainda a recuperar. Já vendemos mais de 500 mil toneladas, precisamos recuperar essa fatia de mercado”, diz Fonseca.

Em 2018 o setor de chocolates faturou R$ 13,3 bilhões no Brasil, segundo dados do Euromonitor.

Fonte: G1

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