Negócios que se adaptaram reagiram melhor à crise – mas têm desafio de reavaliar decisões e continuar de olho no mercado
Cada empresa se adaptou à pandemia à sua maneira. Algumas encontraram o caminho nas entregas. Outras digitalizaram os serviços ou criaram produtos para novas demandas. Quem conseguiu se adaptar reagiu melhor à crise. Mas o futuro ainda é incerto e exige atenção constante às suas transformações.
PEGN conversou com duas especialistas para entender como fortalecer a empresa neste momento. Entre os focos da análise estão as próprias adaptações feitas até agora. É preciso avaliar se elas continuarão fazendo sentido daqui para frente.
A seguir, veja 7 dicas de como manter a empresa competitiva e saudável durante a retomada.
1. Não espere uma volta ao normal
A retomada econômica vista em algumas cidades não é fonte de certezas. Várias regiões que reabriram o comércio precisaram voltar atrás na decisão. Mesmo quando a situação se estabilizar, empreendedores devem estar preparados para lidar com uma realidade diferente.
“Algumas pessoas acham que tudo vai voltar a ser como era antes. Talvez não, principalmente para alguns segmentos”, diz a consultora do Sebrae-SP Fernanda Bueno. “As pessoas estão mais atentas e mais críticas. É preciso rever seu produto e seu público.”
2. Reavalie o negócio e suas adaptações
Lembre-se das pesquisas e análises que você fez ao criar a sua empresa. Com o mercado em transformação, este é o momento de revisitar seu plano de negócios e as adaptações que você fez frente à pandemia. Algumas delas podem se tornar permanentes. Outras podem não fazer sentido no longo prazo.
Quem recorreu à produção de máscaras como fonte de receita, por exemplo, deve analisar até quando este mercado continuará aquecido. Já quem levou as vendas para a internet pode reavaliar a relevância do seu ponto físico. “Um planejamento envolve avaliar o mercado, a concorrência, o público e as tendências”, diz Bueno. Ela relembra, porém, que a incerteza atual torna mais arriscado tomar decisões definitivas. “O importante é não decidir nada por impulso ou por achismo.”
3. (Re)organize as finanças
As decisões também devem levar em conta a saúde financeira e os resultados da empresa. “Em paralelo com a medicina, diria que é preciso fazer uma triagem do paciente: determinar quanto está gastando e em que está gastando”, diz Melby Huertas, professora do departamento de Administração do Centro Universitário FEI.
Já com uma situação mais estável, ela recomenda organizar tudo o que deve entrar e sair e negociar o que ainda é devido. “Faça um cronograma para pagar tudo de forma mais organizada”, sugere.
4. Converse com seu público – e adapte o tom
Mesmo sem poder oferecer seus serviços, muitas empresas apostaram nas redes sociais como um modo de manter o público engajado. Segundo Fernanda Bueno, a postura traz uma vantagem competitiva na retomada. “Essa empresa que ficou dando dicas e orientações aos clientes será lembrada por eles.”
Ela acredita que algumas tendências vão se manter, como a necessidade de produzir conteúdos de valor e não focar apenas em divulgação. Agora, porém, será mais importante do que nunca conhecer o público e lidar com suas diferenças. “Existem pessoas saindo de casa e outras que se mantêm em uma quarentena rígida. É preciso enxergar seus clientes e os seus valores.”
5. Valorize a sua equipe
Lembre-se de envolver e valorizar os seus funcionários nesse caminho. A missão de conhecer melhor os clientes, por exemplo, pode se tornar muito mais fácil se você ouvir quem está na linha de frente. “São eles que veem e conversam com o público. Vale a pena levantar informações com eles”, diz Melby Huertas.
Valorizar o conhecimento e o bem-estar da equipe também ajuda a solucionar outro desafio: manter o engajamento. “Ter as pessoas motivadas é um desafio, mas é importante para que você não fique sozinho nem tenha problemas com o que oferece.”
6. Explore novas oportunidades
Apesar de trazer incertezas, a forma como o mercado está se transformando continua trazendo oportunidades. Quem notou isso no início da pandemia teve a chance de se adaptar com mais agilidade. Quem se mantiver atento poderá encontrar novos espaços.
A conexão com o público é parte importante nesse processo – o que, segundo a professora, beneficia os negócios menores. “O microempresário tem a vantagem de estar mais perto do cliente. Pode observá-lo de forma mais atenta e testar novas alternativas.”
7. Mantenha-se alerta
Grande parte das empresas foi pega desprevenida pelos efeitos da pandemia. Quem não mantinha um registro digital dos contatos dos clientes, por exemplo, teve mais dificuldade de se manter em contato com eles. Quem dependia apenas da vitrine para expor os seus produtos, também.