Pesquisa realizada em parceria com a Offer Wise aponta que o ato de se auto presentear teve uma queda de 19 pontos percentuais em comparação com o ano passado. 72 milhões de pessoas devem ir às compras neste ano com este objetivo
A pandemia da Covid-19 alterou a forma como as pessoas irão comemorar o Natal. A crise econômica e a insegurança a respeito dos próximos meses deixaram os brasileiros mais cautelosos em relação às compras de final de ano. Levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offer Wise Pesquisas, nas 27 capitais brasileiras, aponta que 46% consumidores devem se auto presentear na data — uma queda de 19 pontos percentuais em relação a 2019. A expectativa é de que 72 milhões de pessoas comprem algum presente para si mesmas neste fim de ano, o que promete injetar cerca de R$ 25 bilhões na economia.
O ato de se auto presentear é comum no final do ano, tanto pelo aspecto emocional em suprir uma necessidade, quanto à reconfortante ideia do “eu mereço”. De acordo com o levantamento, entre os que estão dispostos a comprar presentes para si mesmos, 44% afirmam que o fazem por precisar de algum produto e, por essa razão, aproveitam esta época. Outros 39% justificam ser uma recompensa por terem trabalhado muito em 2020, enquanto 15% admitem que o Natal é somente um pretexto para comprar.
O gasto médio do presente será de R$ 163, sendo que 41% têm intenção gastar até R$ 150 com cada item. Em média, a pesquisa mostra que os consumidores planejam comprar dois presentes para si próprios. Os itens mais desejados são roupas (54%), calçados (34%), perfumes e cosméticos (24%), acessórios (19%), Smartphone (15%) e livros (12%).
Para o presidente da CNDL, José César da Costa, apesar da cautela da população, o Natal ainda é a principal data de compras do ano e tem uma função importante na economia do país.
“O setor já esperava alguma insegurança por parte da população, mas o brasileiro deve manter a tradição de comprar presentes e também de se auto presentear, mesmo que com mais cautela”, diz José César. “O varejo aguarda ansioso pelas vendas de final de ano para a retomada das suas atividades, tão impactadas pela pandemia”, destaca.
52% dos pais admitem que filhos influenciam na escolha dos presentes que vão ganhar; 18% afirmam que deixarão de pagar alguma conta para atender vontade das crianças
A pesquisa também mostra que os filhos seguem tendo grande influência na escolha dos presentes que vão ganhar. Se por um lado, o estudo revela que 42% dos consumidores com filhos dizem comprar sozinhos os presentes das crianças, outros 52% admitem que os filhos são os verdadeiros influenciadores na hora da escolha: 39% permitem que os filhos tenham a palavra final sobre o presente, enquanto 13% escolhem conjuntamente com os pais.
Outro dado significativo refere-se ao peso do presente dos filhos no orçamento doméstico. Quase 18% dos entrevistados admitem que vão deixar de pagar alguma conta para atender às vontades de seus filhos, um aumento de 7 pontos percentuais em relação ao ano passado, sendo que a maioria (12%) ainda não sabe qual conta deixará de pagar, enquanto 4% afirmam que deixarão de pagar o cartão de crédito e 3% os impostos de início de ano.
“Mesmo com o 13º, as promoções incentivando as compras e a insistência dos filhos, os pais não devem esquecer o planejamento financeiro para evitar entrar no próximo ano endividados” alerta a especialista em finanças da CNDL, Merula Borges. “Manter um teto de gastos é fundamental para não comprometer o orçamento familiar e o pagamento das contas”, lembra.